sábado, 28 de agosto de 2010

TOP5: Ultraviolência

Para recuperar a respeitabilidade e homência deste blog (depois do último post, feito com açúcar de confeiteiro), vamos às top-cenas de brutalidade, truculência e muito, muito sangue falso.

5 - Cães de Aluguel (Reservoir Dogs, 1992)


Quentin Tarantino é um nome automaticamente associado aos barris de trublood sangue sintético que ele usa em seus filmes. Mas não só isso, minha gente. Porque em 'Cães de Aluguel,' um dos primeiros do diretor, já é possível detectar todas as características que o tornariam célebre. Tudo isso com orçamento baixíssimo, se comparado aos US$ 70 milhões de ‘Bastardos Inglórios’. Mas a cena de tortura em que um policial tem sua orelha arrancada com uma navalha, ao som de ‘Stuck in the Middle with You’, é de uma violência tão brutal, que muita gente ainda desvia o olhar por alguns segundos.
 
4 -  Cassino (Casino, 1995)
 
 
Joe Pesci desempenhou tão brilhantemente seu nanico marrento em ‘Os Bons Companheiros’ e neste magistral ‘Cassino’, que acabou ficando estigmatizado pelo personagem. Ninguém consegue esquecer das cenas em que ele desanda a mandar palavrões ou a matar indivíduos ‘acidentalmente’, em surtos de sadismo. Não foi o caso da sequencia de um interrogatório que durou dois dias e duas noites, onde um irlandês durão teve o saco triturado por picadores de gelo e a cabeça lentamente esmagada por um torno daqueles de prensar. Terrível.
 
3 - Clube da Luta (Fight Club, 1999) 


Jared Leto seria bem melhor tratado em Alexandre (2004), sob os carinhos de Colin Farrell. Mas aqui, neste titânico filme de macho, seu personagem toma uma surra tão impiedosa que fica completamente desfigurado. O curioso é que o mesmo Jared Leto seria esquartejado a machadadas no filme abaixo. Para poupar o gajo, vamos de outra cena.
 
2 - Psicopata Americano (American Psycho, 2000)


O maníaco metrossexual de Chris Bale prepara o cenário, seleciona a dedo o fundo musical (baladas românticas de Phil Collins) oferece um Chardonnay finíssimo, vem com aquele papo de ‘I want you to clean your vagina’, deixando a vítima super confortável. Nem quem assiste espera que a infeliz, toda volúpia, seja perseguida pelo psicopata completamente nu e besuntado em sangue, e seja em seguida divida ao meio por uma serra elétrica.

1 - Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country for Old Men, 2007)


Quem conhece um pouco da filmografia dos irmãos Joel e Ethan Coen, já deve ter observado as cenas sanguinolentas que esses dois inserem, docemente, em seus filmes. Um sujeito triturado vivo em ‘Fargo’, o tiroteio de metralhadoras em ‘Ajuste Final’, o tiro à queima-roupa no Brad Pitt em ‘Queime Depois de Ler’. Tudo, claro, regado à muita espirituosidade e humor negro. Mas a minha cena sádica preferida é mesmo o inesperado enforcamento do oficial de polícia em ‘Onde os Fracos Não Têm Vez’: a expressão assombrosa no rosto de Javier Bardem e o assoalho riscado com as marcas da bota.

*Post produzido ao som da trilha sonora de Cães de Aluguel*
Até o próximo ;)

terça-feira, 24 de agosto de 2010

TOP5 - Açúcar Pride

Quem sabe, sabe. Conhece bem. Ninguém resiste a uma boa tempestade de lágrimas diante da telona. Pensando nisso, aqui vai um TOP5 de filmes com elevadíssima taxa de fofismo. (Mas sem sentimentalismo barato, hein?)

5 - Marujos do Amor (Anchors Aweigh, 1945)


Gene Kelly, experiente galanteador, e Frank Sinatra, seu pupilo, são jovens marujos já há meses em mar aberto, ávidos por aportar em solo americano para encontrar abrigo em braços femininos. Quando isto finalmente acontece, seus destinos são cruzados com o do garotinho Dean Stockwell, que fugira de casa em meio ao mais adorável devaneio infantil para tentar se alistar, veja só, na Marinha. Tome lá muito bom humor, números musicais incríveis (com orquestra de José Iturbi), a cena clássica de Gene Kelly dançando com o rato Jerry de Hanna e Barbera, a voz de Frank Sinatra, as ambientações mexicanas, os figurinos todos... e o charme dos musicais americanos dos anos 40. Sério, é filme pra ver e rever.
 
4 - A Felicidade Não se Compra (It's a Wonderful Life, 1946)


Frank Capra ditou a máxima 'não há dinheiro que compre a felicidade', neste filme que se tornou o mais popular do diretor, graças às reprises anuais, sempre na véspera do natal norte-americano. O famoso ‘otimismo capriano’ percorre cada frame desta fábula sobre um pai de família (Jimmy Stewart) disposto a dar cabo de sua vida, quando um anjo lhe permite um vislumbre de como seriam as coisas se ele nunca tivesse existido. Um clássico lacrimal (!?).

3 - Conduzindo Miss Daisy (Driving Miss Daisy, 1989)


O filme venceu 3 Oscar em 1990 (Melhor Filme, Melhor Atriz para Jessica Tandy e Melhor Roteiro Adaptado), mas a sua premissa se tornaria desgastada tempos depois: o conflito entre dois personagens antagônicos (aqui, uma senhora judia e seu motorista negro – a história se passa em Atlanta, nos anos 50) que ao longo da trama vão se conhecendo melhor, superando diferenças e preconceitos e dando início a uma linda amizade. Mas o filme vai muito além, com a bela trilha sonora de Hans Zimmer e músicas de Louis Armstrong e Ella Fitzgerald e as fantásticas atuações de Tandy e Morgan Freeman. É um filme para enternecer qualquer coração de pedra.

2 - Billy Elliot (Billy Elliot, 2000)


Enquanto o pai e o irmão do pequeno Billy Elliot (Jamie Bell) estavam envolvidos na violenta greve de mineradores na Inglaterra de 1984, o garoto se descobria um exímio bailarino, fugindo das aulas de boxe para o salão de dança da professora Wilkinson (Julie Walters). Apesar da insistência na tecla ‘O fato de que eu gostar de dança não signfica que eu seja gay’, a história do menino que queria ser bailarino é comovente, justamente porque a obstinação de Billy pela dança é ingênua, legítima - como não poderia ser diferente em uma criança de 11 anos. O filme conta com o charme da direção de Stephen Daldry, um dos melhores cineastas em atividade; pena que sua filmografia seja tão pequena. São dele também As Horas (2002) e O Leitor (2008).

1 - O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain, 2001)


Amélie Poulain já nasceu icônico. O filme super verde e vermelho de Jean-Pierre Jeunet, com seu painel de personagens extravagantes e que conhecemos bem graças ao peculiar narrador obcecado por detalhes, é também um trabalho incrível de escolha do elenco: repare como cada um dos atores tem uma fisionomia que atende perfeitamente às características dos personagens. E a história, todo mundo conhece: Amélie é uma espécie de heroína da comunidade, intervém na vida de todos, mas se mostra completamente inábil quando o assunto é ela mesma. É um filme com uma capacidade inigualável de deixar os expectadores felizes, mesmo que não existam motivos.


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Se você terminou este post com ameaça de diabetes, aguarde o próximo TOP5, sobre ULTRAVIOLÊNCIA (6).