domingo, 24 de abril de 2011

Convite: Nouvelle Vague no SESC


No final dos anos 50, um distinto grupo de jovens críticos de cinema resolveu arregaçar as mangas e, munidos de ideias e câmeras, ir às ruas de Paris dispostos a fazer seus próprios filmes. Decorreu disso uma verdadeira revolução estética e narrativa responsável por alargar as possibilidades de uso da linguagem cinematográfica - um movimento que ficaria conhecido como Nouvelle Vague.

Jean-Luc Godard e François Truffaut, os dois cineastas mais notórios desse movimento, serão usados como fio condutor para a conversa que teremos no SESC - Administração, nesta terça dia 26 de Abril, às 18 horas. O SESC - Administração (prédio da Galeria de Arte e da Biblioteca) fica na Praça Deodoro. 
Espero vocês lá ;)

Vídeo-Diálogo: Nouvelle Vague - Godard X Truffaut
Dia 26/04 às 18 horas
SESC - Administração

segunda-feira, 18 de abril de 2011

TOP5 - Memoráveis Travestis

 A comicidade dos travestis sempre soube ser bem explorada pelo cinemão. Mas há também exemplos de filmes em que as ‘mulheres aprisionadas em corpo de homem’ serviram pra arrancar algumas lagriminhas. Sem levantar bandeira alguma, vamos lá ao TOP5 de travas-escândalo, beijos.

5 - Ninguém É Perfeito (Flawless, 1999)


Não há nada demais no argumento que sustenta Ninguém é Perfeito: dois personagens extremamente opostos precisam aprender a lidar com suas diferenças e desse convívio, extraem belas lições sobre aceitação e tolerância. Seria um filme ignorável, não fosse a impecável construção dos personagens, por dois dos mais prestigiados atores do cinema americano, Philip Seymour Hoffman e Robert De Niro. Hoffman faz a travesti Rusty Zimmerman, que enfrenta problemas de depressão e De Niro, um policial aposentado, super conservador. É verdade que o diretor Joel Schumacher já cometeu tantos erros quanto acertos, mas ainda que seja apenas pelas performances inspiradas dos dois gênios-atores, esse é um filme que vale muito a pena.

4 - The Rocky Horror Picture Show (The Rocky Horror Picture Show, 1975)


O carro de Susan Sarandon e Barry Bostwick enguiça desastrosamente em meio a uma remota rodovia. Acuados pela torrente tempestade, os jovens buscam abrigo num lúgubre castelo açoitado pelos relâmpagos. São atendidos por um mordomo corcunda de feições nosferáticas... e ali começa The Rocky Horror Picture Show, um dos ícones cult mais adorados de todos os tempos. Parodiando filmes de terror e ficção científica, a história fala de um travesti chamado Frank-N-Furter (Tim Curry) que tem o hedonismo como principal bandeira. Em meio a muito glam rock, clássicos figurinos e muitas excentricidades e ambiguidades, os jovens perdidos na estrada serão convidados ao irresistível banquete do prazer por ele mesmo. Melhor viagem.

3 - Tudo Sobre Minha Mãe (Todo sobre mi Madre, 1999)


 O Almodóvar é um dos caras que melhor sabe trabalhar com excessos. São cores demais, falas demais, sentimento e graça - tudo em larga escala. Ao longo da carreira, ele foi se tornando mais comedido, usando um pouco mais de sobriedade para seus ótimos ingredientes: traição, vingança, flashbacks, autoreferências, louvação ao cinema e Penélope Cruz sendo explorada ao máximo. Eu prefiro o espalhafato de antigamente, as revelações bombásticas, os travestis e a linguagem escrachada, sem escrúpulos. Curiosamente, em Tudo Sobre Minha Mãe há uma junção da carga dramática mais refinada, com a característica falta de pudores que arranca risadas sem esforço algum. E isso, graças à adorável travesti Agrado (Antonia San Juan) “Chamam-me de Agrado porque a vida inteira, só pretendi tornar a vida dos outros agradável”.

2 - Transamérica (Transamerica, 2005)


Transamérica é a história de Bree Osbourne, um travesti que depois de várias concessões e sacrifícios, está prestes a finalmente realizar sua cirurgia de mudança de sexo. É então que ela descobre ter um filho adolescente em Nova York, que está preso por envolvimento com drogas. Ir em busca do filho (que nunca conheceu o pai) demanda uma aflição em esconder/contar a verdade sobre a condição de sua sexualidade e compromete a realização da cirurgia, uma vez que esta implica total entrega e equilíbrio emocional. O maior mérito de Transamérica talvez seja transmitir com tanta força os sentimentos e as causas de uma protagonista pouco comum. É tocante entender, por exemplo, a importância que a cirurgia representa a ela e quão impactante é saber que há um filho precisando de sua ajuda – uma jornada assaz solitária, afinal. Méritos do diretor estreante Duncan Tucker e do trabalho incrível de Felicity Huffman.

1 - Pink Flamingos (Pink Flamingos, 1972)


Os personagens de Pink Flamingos estão comprometidos com uma só causa: se tornarem as pessoas mais bizarras do mundo. Divine, a travesti protagonista, reinava soberana no posto de pessoa mais obscena do mundo, até ter sua majestade desafiada por um casal convencido a cometer as maiores atrocidades para tomar seu título. E aqui não há limites para o grotesco: canibalismo, incesto, sacrifício de animais, sexo explícito, um ânus dançante (?) e até a ingestão de fezes de cachorro (de verdade). O diretor John Waters, mestre do cinema underground, adotou a pura fetichização do mau gosto nesse filme completamente inacreditável - que tem um posto ilibado na galeria dos filmes mais controvertidos já feitos.

***

Hors Concour dessa edição: Priscilla, A Rainha do Deserto, de 1994.
E menção honrosa a Tony Curtis e Jack Lemmon que se vestiram de mulher no inesquecível Quanto Mais Quente Melhor (1959). Mesma situação de Dustin Hoffman em Tootsie, de 1982.

Valeu Amandinha pelos snapshots de The Rocky Horror Picture Show, sua linda.

E té mais ;)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

TOP5 - Cala a boca, mulher!

Ao longo do tempo, o papel da mulher no Cinema sofreu alterações gigantescas - para o bem e para o mal. Esse TOP5 separou exemplos de memoráveis garotas-problema das telonas.

5 - O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972)


Única filha de Don Vito, Connie cresceu sob os mimos (e superproteção) do pai e dos irmãos Fredo, Sonny e o caçula, Mike - contando assim pelos apelidos, não parece tão grave. Comum na aparência, a família Corleone, de grande reputação na máfia italiana em Nova York, possuía poder e influência devastadores na metade da década de 40, onde a história começa. Perigo não calculado por Carlo Rizzi, o tremendo cafajeste que se casa com Constanzia ‘Connie’ Corleone. Quando ele passa a trair, agredir e esculachar com a filha de Don Vito, as coisas ficam realmente feias pro lado dele. Mas a Connie, super mimada, foi tremenda chave-de-cadeia com sua voz esganiçada, seus caprichos e excessos que continuaram rendendo, mesmo depois da saída de cena apoteótica do malfadado Carlo Rizzi.

4 - Bravura Indômita (True Grit, 1969)


Também conhecido como o filme que finalmente deu o Oscar de melhor ator a John Wayne, depois de sua longa carreira em westerns, Bravura Indômita recebeu ano passado, uma releitura assinada pelos irmãos Joel e Ethan Coen. Ambos os roteiros, baseados no romance de Charles Portis, contam a história de Mattie Ross, uma garota de 14 anos que teve o pai friamente assassinado pelo inescrupuloso bandido Tom Chaney. No entanto, o pistoleiro jamais imaginou que a pequena juraria vingança e buscaria a ajuda do xerife pinguço Rooster Cogburn (Wayne na versão original e Jeff Bridges, com os Coen) rasgando o mapa em busca de seu paradeiro. A personagem que é frágil e infantil é também obstinada e resoluta no plano de vingar a morte do pai. O paradoxo perfeito.

3 - Cada um Vive Como Quer (Five Easy Pieces, 1970)


‘Achei que tinha tido uma sorte tremenda. Tinha conseguido um cara que nem se tocava que era um puta ator’ dizia o diretor Bob Rafelson sobre Jack Nicholson, em um de seus primeiros trabalhos, no limiar dos anos 70 e da contra-cultura. Ele, um ex-pianista que agora trabalha num poço de petróleo, longe de sua família de músicos, anglo-saxões e protestantes. É ali que ele desenvolve o relacionamento com uma garçonete irritantemente pegajosa de nome Rayette Dipesto (Karen Black, numa performance indicada ao Oscar), que profere apelos como ‘Diga que me ama e eu farei o que você quiser’.  Em sua jornada de volta pra casa, se envolve com outra mulher que o faz ficar dividido. O filme é super pessoal, com baixo orçamento, sensível ao modo europeu de fazer cinema e o final é simplesmente um dos melhores que eu já vi.

2 - Match Point (Match Point, 2005)


Belo exemplo da safra atual do Woody Allen, o enredo de Match Point remete muito ao ‘Crimes e Pecados’ (também do Woody), de 1989. Ambos giram em torno de casos extraconjugais que tomam proporções desesperadoras e descambam para crimes atrozes. Mas aqui, Jonathan Rhys Meyers vive Chris Wilton, um tenista irlandês que se casa com a filha de um grande magnata britânico, conseguindo ascender socialmente graças à influência do sogro. Só que acaba se envolvendo com a covardemente estonteante Scarlett Johansson, uma aspirante a atriz (sem nenhum talento) que pra piorar, é sua ex-cunhada. Quando o caso vai se tornando mais complexo, a moça passa a perseguir Wilton, ligando incessantemente, fazendo escândalo na porta da empresa onde ele trabalha e exigindo que este abandone a esposa. Tremenda sinuca de bico.

1 - Indiana Jones e O Templo da Perdição (Indiana Jones and the Temple of Doom, 1984)
O Templo da Perdição, o segundo dos quatro filmes do lendário aventureiro de Spielberg e Lucas, reúne todos os elementos que tornaram a série famosa: comidas exóticas, pontes de corda, ritos tribais macabros, cadáveres, insetos nojentos, sequências de perseguição, chapéu, chicote... tá tudo lá. Mesmo assim, carrega a triste reputação de ser o filme mais fraco da franquia. Uma das causas é, sem dúvida, a mais pavorosa Indy-Girl de toda a antologia Jones: Willie Scott (Capshaw), uma cantora de cabaré sem o menor rastro de espírito desbravador. Típica ‘mulher fresca’, acostumada aos requintes da cidade, se vê em meio a um vilarejo da Índia entre elefantes e xamãs. Daí tome gritos histéricos, reclames irritantes e enrascadas que a moça se mete, para transtorno do arqueólogo-herói.

Valeu Laila pela sugestão do título!
E até breve ;)
 

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Desenhando

Decidi postar aqui alguns desenhos que eu me aventuro a fazer de vez em quando. Aí vai uma tirinha anacrônica sobre 'O Discurso do Rei'. E embaixo, o primeiro de uma série de desenhos que tenta imaginar o que as famosas estatuetas do Oscar diriam, se pudessem. Cliquem nas imagens pra ampliar e na nova tag 'Charges' pra acompanhar as atualizações. Té mais ;)




segunda-feira, 4 de abril de 2011

Listão: 30 Super Títulos de Filmes

Eles são como cartões de visita. Bons títulos são convidativos e chamam atenção para o filme. Por isso preparamos aqui uma lista de 30 exemplos de títulos curiosos do cinema mundo a fora (inclusive alguns brazucas). No geral, a prioridade é a versão em PT-Br, mas como as versões de títulos estrangeiros em português geralmente levantam muita discussão, do ladinho, entre parênteses, está o título original. Assim você pode dar seu pitaco: melhor a versão em PT ou a versão de fábrica? Vamo lá :)

1.   Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976)
2.    Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964)
3.    O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1969)
4.    Antes que o Diabo Saiba Que Você Está Morto (Before the Devil Knows You're Dead, 2007)
5.    Como Era Verde Meu Vale (How Green Was My Valley, 1941)
6.    O Cozinheiro, O Ladrão, Sua Mulher e o Amante (The Cook the Thief His Wife & Her Lover, 1989)
7.    Cupido É Moleque Teimoso (Awful Truth, The, 1937)
8.    Festim Diabólico (Rope, 1948)
9.    Faster Pussycat! Kill! Kill! (1965)
10.    O Homem Que Virou Suco (1981)
11.    A Montanha dos Sete Abutres (Ace in the Hole, 1951)
12.    O Que Terá Acontecido a Baby Jane? (What Ever Happened to Baby Jane?, 1962)
13.    Mulheres a Beira de Um Ataque de Nervos (Mujeres al borde de un ataque de nervios, 1988)
14.    Piquenique na Montanha Misteriosa (Picnic at Hanging Rock, 1975)
15.    Traga-me a Cabeça de Alfredo Garcia (Bring Me the Head of Alfredo Garcia, 1974)
16.    A Mãe e a Puta (Maman et la Putain, La, 1973)
17.    As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant (Bitteren Tränen der Petra von Kant, Die, 1972)
18.    O Pássaro das Plumas de Cristal (Uccello dalle piume di cristallo, L', 1970)
19.    O Incrível Exército de Brancaleone (Armata Brancaleone, L', 1966)
20.    Meu Ódio Será Sua Herança (The Wild Bunch, 1969)
21.    Matou a Família e Foi ao Cinema (1969)
22.    Os Sete Gatinhos (1980)
23.    Contos Proibidos do Marquês de Sade (Quills, 2000)
24.    O Pecado Mora ao Lado (Seven Year Itch, The, 1955)
25.    Onde Começa o Inferno (Rio Bravo, 1959)
26.    Doce Pássaro da Juventude (Sweet Bird of Youth, 1962)
27.    O Mercador de Almas (Long, Hot Summer, The, 1958)
 28.    As Aventuras do Barão Munchausen (Adventures of Baron Munchausen, The, 1988)
 29.    A Rosa Púrpura do Cairo (Purple Rose of Cairo, The, 1985)
30.     Tudo o que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo (Mas Tinha Medo de Perguntar) (Everything You Always Wanted to Know About Sex, But Were Afraid to Ask,  1972)

E aí? Você também tem títulos preferidos? Conta mais! ;)