quarta-feira, 18 de abril de 2012

Mostra do Cinema Francês Contemporâneo: APRESENTAÇÃO


Mostra do Cinema Francês Contemporâneo: de 23 a 29 de abril de 2012.

Leia o texto de apresentação* de Jean-Michel Frodon, ex-diretor de redação da Cahiers du Cinéma, falando sobre o objetivo do evento e sobre os filmes que estarão em cartaz. *Retirado do material educativo que será distribuído durante a Mostra.
Os oito filmes da Mostra do Cinema Francês Contemporâneo não se parecem com os filmes do período da Nouvelle Vague, exibidos em 2011 durante a Mostra 1959: O Ano Mágico do Cinema Francês. São filmes de hoje, filmes dos anos 2000. No entanto, todos poderão perceber que a energia, a audácia formal, a aventura narrativa, a disponibilidade para novas fisionomias e novos corpos, a crença na força do documentário, o jogar com diferentes gêneros de cinema, a alegria de filmar – todas características da Nouvelle Vague – se encontram ao longo desta mostra temática.
A Mostra constitui uma parceria do SESC com a Embaixada da França, divulgando oito recentes e premiadas produções do cinema francês. Do cantante “La France” (A França) ao noir Meurtrières (Assassinas), do documentário intimista e capaz de questionar o século Retour em “Normandie” (De Volta à Normandia) ao drama vibrante de “Le dernier des fous” (O Último dos Loucos), as tonalidades são tão variadas quanto os territórios e épocas evocados.
Essa diversidade de estilos e de temas responde à exigência, cada vez maior, de um desejo de cinema, de um impulso em direção aos personagens, aos espaços, às idéias.
Contra a tendência dominante de formatação, que leva a filmar tudo da mesma para se adequar a uma grade de programação industrial, a arte do cinema encontra aqui seu jorro impetuoso, que está na agilidade e na sensualidade de Isild Le Besco, a heroína de “A tout de suíte” (Até Já); na escuta atenta e solidária de Nicolas Philibert; nos três jovens intérpretes de “Tout est pardonné” (Tudo Perdoado); ou ainda, de forma tão diferente, em “L’esquive” (A Esquiva); na inteligência das situações trágicas que assombram “Bled Number One” (Povoado Number One); nas vertigens de Le dernier des fous (O Último dos Loucos) e nas de “Meurtrières” (Assassinas).
Assim, sem se repetir e, sobretudo, não buscando imitar seus antecessores, o espírito da Nouvelle Vague permanece vivo".

-Jean-Michel Frodon

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