A primeira coisa a se desconfiar nesse novo filme de Tim Burton é o argumento. Pense junto: Alice agora tem 17 anos e está muito ocupada sendo adolescente, enquanto os adultos à sua volta arregimentam os últimos detalhes de seu casamento por conveniência. (A realidade dessa nova Alice parece uma história timburtizada da Jane Austen). Ela é então salva pelo gongo, quando, hipnotizada por um certo coelho branco, cai num buraco quase infinito que a despeja no famigerado País das Maravilhas. O que fez com que Alice tivesse que regressar a essa terra maluca? Nada. Ela simplesmente volta. Ok, agora com um pouco mais de força: ela volta porque os milhares de seres timburtianos de Wonderland são incapazes de derrotar a vil e desprezível Rainha Vermelha.
Eu brinco, mas a fragilidade do argumento faz com que o filme pareça uma daquelas continuações esquálidas, se comparadas ao original. E o é, de fato. Talvez até devesse se chamar ‘Alice no País das Maravilhas 2 – A Missão’. Só que com uma diferença gritante na margem de lucros.
Em se tratando da primeira adaptação da história tresloucada de Lewis Carroll (Disney, 1951) o aspecto que eu mais gosto é o fato de que todos os moradores do tal País são uma ameaça em potencial à Alice, uma vez que todos são instáveis, misteriosos, esquisitaços. Não dá pra saber se querem ajudar a garota a dar o fora dali, ou se querem que ela se ferre mortalmente. Isso, somado, claro, ao ‘Coeficiente LSD’ da trama e à vontade que temos de que Alice se dê bem, faz com que a história se torne muito atraente.
Infelizmente ou não, nenhum desses aspectos foi conservado na continuação. Dessa vez ninguém faz medinho pra Alice porque ela é uma espécie de The Chosen One (já ouviu isso?) e está predestinada a salvar o ‘reino’. Se é previsível? Nossa, muitão.
E na trilha da previsibilidade, continuo: mais uma vez, os detalhes primorosos do diretor estão presentes. Pode esperar por um show de direção de arte, figurino, Helena Bonham Carter cabeçuda, Johnny Depp, a metralhadora de trejeitos e mais um monte de olheiras.
Cortem-lhe a cabeça!
eu achava que o filme ia ser mais colorido =T
ResponderExcluirmudando de assunto: achei esse BG do blog muuuuuuuuuuito a tua cara, phophonildo. xD
voltando ao assunto [e mudando ao mesmo tempo]: essa rainha vermelha é a cara da Piaf, né não? [eu ashay] =P
carabolas...axei o texto mto fodastico (perdao).
ResponderExcluirolha, a sensação de frustração onte na saida da sessao era visivel em todos... mtas pessoas nao conseguiram entender o q viram...
mais tudo bem, eh arte e arte nao precisa-se entender.
olha, a carulhina tem razao quando ela diz q a rainha vermrlha parece com a Piaff
era pra ser carambolas
ResponderExcluirTeria sido mais lógico (ou menos estranho) se a filha de Alice caísse no buraco e reconhecesse o que a mãe lhe conta à cabeceira da cama e coisa e tal.
ResponderExcluirAdorei o seu texto, pq eu detestei esse filme desde que eu soube que seria direção de Tim Burton e com o JD. É pq eu amo a Alice (apesar da pedofilia do LC), enfim...
ResponderExcluir"Alice no país das Maravilhas 2 - a Missão"!!! HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA Vou rir disso até lançarem Alice 3 - Reloaded. Brilhante análise querido, nada demais vindo de ti, claro.
ResponderExcluirAdorei o filme. Era um dos títulos que eu esperava e ele ainda conseguiu me surpreender. Tim Burton dá às suas histórias as doses certas de tudo. Gostei bastante =D
ResponderExcluirE gostei ainda mais da tua análise. Me senti em um Omelete ou Cineclick da vida xD
Parabéns pela volta ao mundo dos blogs \o/
Eu lembro de ter assistido uma vez no SBT uma animação de 'Alice no país das Maravilhas". O que mais me chamava atençaõ era a espontaneidade e vivacidade da personagem.
ResponderExcluirAlice é motivada pela curiosidade. A necessidade em saber para onde está indo o coelho branco que repetia constantemente "Estou atrasado!Estou atrasado!" é que a leva ao país das Maravilhas. A maioria de suas ações é motivada por essa curisidade.
Minha primeira impressão quando vi The Chosen One de Tim Burton foi: "Essa menina tá doente, gente! Que olheiras são essas?". Apática, sem vida.
Acho que Jonnhy Depp rouba a cena. Até mesmo da Rainha Vermelha/Helena Boham Carter. E não estou dizendo isso porque ele é gostoso. (Não, imaginaaa...). Mas de longe, o Chapeleiro Louco é o personagem mais enigmático do filme. Meio triste, solitário, louco de verdade ou nem tanto assim?
Mas no geral, o filme não foi A DECEPÇÃO que eu esperava e que tinha lido em alguns críticos.