sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Rapunzel Reloaded – e a nova safra de Princesas Disney


Muito tempo se passou desde que cair no conto da bruxa com maçã envenenada ainda fazia sentido. O estúdio que teve seu sucesso forjado à moda de castelos, caldeirões, reinados e bruxas vingativas, encontra no século XXI a necessidade de se adequar às novas tecnologias e demandas de um público completamente novo.


Foi assim já em Encantada (2007), onde Giselle, uma princesa remanescente do distante reino de Andalasia, vai parar desastrosamente no meio de uma tumultuada Time Square. Giselle é uma típica personagem da Velha Disney, emulando cenas de Branca de Neve e os Sete Anões (1937), com músicas coreografadas, animaizinhos da floresta e a paciente espera pelo Príncipe Encantado com seu beijo do amor verdadeiro.

 
 É verdade que a migração do plano de desenho animado pro Live Action concebe boa parte do charme de ‘Encantada’, mas a princesa vivida por Amy Adams representa a inadequação do antigo modelo das animações Disney ao mundo moderno, tridimensional, com o barulho do tráfego, a tecnologia, a velocidade das informações e onde segundo a trama, o ‘amor verdadeiro’ inexiste. É tanto que só quem consegue entendê-la naquele turbilhão, é uma garotinha de nove anos.


Pensando em reciclar a ‘fórmula mágica’, o estúdio então desenvolveu A Princesa e o Sapo (2009). Aqui somos apresentados a uma princesa que não é princesa e, na contramão dos estereótipos, é obstinada, ambiciosa e lutadora. O príncipe, por sua vez, é mercenário e cafajeste. Os personagens então repaginados são afro-americanos (a primeira princesa negra, uau) e o cenário é a lendária Nova Orleans, berço do jazz.  A Disney talvez tenha buscado redenções demais com a Princesa Tiana e acabou gastando bons ingredientes numa história previsível e repetitiva. Embora continuassem ótimos criando tipos como o vagalume Ray e a Mama Odie; os traços cheios de estilo e cores e a atmosfera de magia - dessa vez com um pouco menos de força e esplendor. Uma pena. 


A última produção de Walt Disney foi mais uma vez buscar subsídio nos contos dos irmãos Grimm. O filme que deveria se chamar ‘Rapunzel’, visando ser atraente não apenas para meninas, mas também para meninos, passou a se chamar Enrolados (Tangled, 2010).  E agora John Lasseter, o chefão da Pixar Animations, assume de vez o timão do departamento de animações da Disney, seguindo a leva de longas computadorizados – e adotando o rigor e excelência que o fizeram reconhecido. Parece que a Disney retomou seu lugar nos trilhos, já que o resultado é um filme cheio de ritmo, boas sequências de ação, ótimos personagens e argumentos e um desfecho de emoções familiares aos que acompanham o estúdio desde que o Espelho Mágico ainda ditava a última palavra.

8 comentários:

  1. Teu blog, parabéns pelas criticas!

    É gostoso de ler, cara.
    :)

    sou teu fã.

    W.

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  2. Mesmo com toda a modernidade, sou uma entusiasta da velha Disney: antigos e em 2D filmes como "Branca de neve" e "A Bela e a Fera" ainda ganham de longe de um "Encantada" da vida.Mas claro, é preciso se reciclar. Nunca haverá uma vilã tão boa como a madrasta de "Branca de neve", mas Wall-e ingressou fácil nos meus filmes prediletos.

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  3. Adorei o texto. Realmente essa repaginada tem mostrado uns bons resultados... vamos conferir... =]

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  4. Prova de que não é preciso azedar para se adequar aos novos tempos, bom humor tem muito mais e melhores resultados.
    Muito bem, Coelhoso!

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  5. Ah, eu entendo a necessidade de mudar perspectivas e tal, nem vi nenhum desses três, mas Mulan já tinha sido uma guinadinha nessa das princesas, né? Mas eu também curto/curtia as animações em 2D. Espero que não morra completamente.

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  6. Tenho saudades de animações em 2D também, mas confesso que "UP", "Wall-e" e "Toy Story 3" estão ao lado dos antigos "A Bela e a Fera" e "Alice no País das Maravilhas" no meu coração <3 Ah, também estou empolgada com o John Lasseter na Disney! :D

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  7. Já acho que não assistimos ao mesmo Enrolados. O filme é só tosco. Nada além disso. haha E ouvir o Luciano Huck (na voz do príncipe) é de assustar qualquer criatura. Enfim.

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