domingo, 18 de março de 2012

Pablo Villaça, Brasília e muito mais Cinema


Estive em Brasília para a 35ª edição do Curso de Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográficas, ministrado pelo crítico de cinema Pablo Villaça, do Cinema em Cena. O curso já percorreu todas as regiões do país, atingindo a notável marca de 1.161 alunos formados até agora. A turma de Brasília, um batalhão de 71 cinéfilos, foi a maior desde 2009, ano em que o curso começou.

E o sucesso é justificável.  A primeira aula já se mostra desafiadora ao partir da premissa de que entrar na sala de cinema é consentir em ser manipulado - mas entender os mecanismos da linguagem cinematográfica é potencializar infinitamente a experiência de assistir a um filme. E é assim que começamos a examinar os inúmeros códigos narrativos adotados pelo cinema para nos fazer sentir emoções tão reais por situações e personagens que não passam de fantasia.  

Se a ementa vai direto ao ponto, impossível não admirar a didática do professor: uma conjugação de bom humor e profundo domínio do conteúdo, que torna as aulas ainda mais interessantes. Há uma preocupação constante em chamar os alunos pelo nome e encorajar até os mais tímidos a dar pitacos na discussão. Sempre exibindo trechos de filmes para ilustrar as explanações, vimos uma cena de Era Uma Vez no Oeste (1968) para entender o conceito de profundidade de campo. Durante a exibição, fomos sabatinados com perguntas sobre as técnicas utilizadas ali. Impossível não aprender.

Na última pauta do curso, fomos apresentados às metodologias particulares de produção textual desenvolvidas por Villaça ao longo de quase vinte anos de carreira. Depois de mapear o caminho das pedras àqueles que pretendem se tornar críticos de cinema (são macetes inclusive de como começar a carreira, sempre utilizando a própria experiência como exemplo), é até engraçado que a fama de ególatra persiga a figura do fundador do Cinema em Cena. Já que uma das características mais detestáveis de pessoas arrogantes é justamente a incapacidade de compartilhar conhecimento.

Naturalmente, não há tempo hábil para debater a quantidade imensa de informação trabalhada nas aulas. Mesmo porque, qualquer assunto relacionado a cinema possibilita horas e horas de discussão. Mas certamente os 71 alunos ali presentes, tiveram o olhar cinematográfico reeducado e o apetite por filmes e por tudo que os envolve, renovado. Recomendação máxima.

A melhor turma de todas, na foto oficial de encerramento

Muito obrigado Bruno Lima e Gabriel Leite (:


3 comentários:

  1. Parabéns, Dave. Entender essa sétima arte cada vez mais mirabolante sempre é uma experiência enriquecedora. Estou certo de que sua bagagem crítica está muito mais completa e aguardo textos que reflitam isso. Textos que sempre me fazem aprender mais e ter mais curiosidade em conhecer as coisas boas que o cinema proporciona! Muito obrigado (:

    Abraço!

    ResponderExcluir
  2. Ainda me remoendo por não ter conseguido a vaga. :(

    E obrigado você pela presença maravilhosa. :D

    ResponderExcluir
  3. Cadê você na foto Dave?

    Agora tem que trazer o curso para São Luís, não adianta só nós ficarmos restritos com esse conhecimento!

    ResponderExcluir