Lá vem ele outra
vez com todo o seu arsenal gótico, sua coleção de olheiras macabras, seus
vultos e sombras. Alguém ainda tem paciência para o Sr. Timothy William Burton? A resposta é um sonoro e levemente
desesperado “SIM! ! !” Mas seja como for, pelo menos os fiéis escudeiros Johnny
Depp e Helena Bonham Carter ficaram de fora desse Frankenweenie (Frankenweenie, 2012), onde Burton comprou passagens de volta ao começo da
carreira, com a milenar técnica de animação em stopmotion e a história do garoto cientista que ressuscita seu
cachorro morto.
Frankenweenie
ganha fácil dos dois últimos – e fracotes – lançamentos do pai de Edward Mãos de
Tesoura. A despeito do incrível sucesso de bilheteria, Alice e Sombras da Noite
fizeram o público ter saudade daquele Demoníaco Barbeiro da Rua Fleet (Depp e
Carter gracejando nos três). O trunfo do Cachorro-Frankenstein está basicamente
na coleção infinita de referências e citações espalhadas ao longo da trama (quem viu os filmes de Boris Karloff, Peter Lorre, Vincent Price, Bela Lugosi e
Christopher Lee: segure os orgasmos) e principalmente por ser uma história que
fala do amor muito genuíno de uma criança e seu bicho de estimação.
Como sempre
ótimo na criação de tipos que transitam entre a fronteira do sinistro e
hilário, Burton entrega um filme criativo, agradável e estranhamente novo,
mesmo depois de tantas trevas. Particularmente eu tenho curiosidade de vê-lo
trabalhar num projeto ensolarado, moderno e insuportavelmente cheio de alegria,
só pra ver como fica.
"It's Alive!" |
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